Menino vítima de bullying é agredido com golpes de
porrete.
Eduardo Schiavoni -Em Americana (SP)
Vítima de bullying - agressões verbais e psicológicas repetidas vezes, sem motivação evidente, um menino de 12 anos, aluno do 6º ano de escola municipal em Oswaldo Cruz, zona norte do Rio, foi espancado a golpes de porrete por um estudante da 8ª série, de 16 anos.
Por causa
dos ferimentos nas costas, braço esquerdo, orelha direita e cabeça, o menino
vomitou e sofreu tonturas por mais de quatro horas. Na terça, ele fez exame de
corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML). O suspeito das agressões vai
depor nesta quarta na 30ª Delegacia de Polícia (Marechal Hermes), onde o caso
foi registrado como lesão corporal. A pancadaria ocorreu a 150 m do colégio.
"Se
as pessoas não interferem e tomam o porrete, acho que meu filho teria morrido
ali", afirmou o pai do menino. "Enquanto um batia, outros quatro
mandavam ele bater ainda mais", revelou a vítima. "Eles vieram por
trás, puxaram minha mochila, por isso empurrei ele para me soltar. Foi quando
ele pegou o porrete."
Conforme
relatos, desde que entrou para a escola, o menino sofre por ser um dos
calouros. Há dois meses, o pai pediu à direção que o transferisse para o turno
da manhã. "Briguei com um garoto que não parava de dar tapa no meu
rosto", disse o menino. "Cercamos ele de carinho, por isso não
admitimos que seja vítima de violência, ainda mais no ambiente escolar",
afirmou a mãe, que tem outros três filhos.
Em nota,
a Secretaria Municipal de Educação disse que o fato ocorreu fora das
dependências da escola. "Ao tomar conhecimento do ocorrido, a direção
encaminhou os estudantes de volta à escola e convocou os responsáveis para
reunião. O aluno do 8º ano, acusado de agressão, mora com a avó e, de acordo
com ela, será providenciada a sua transferência, pois ele voltou a viver com os
pais na cidade em outra cidade.
Escola
deve prevenir o bullying
O pediatra Lauro Monteiro Filho, especialista em bullying, disse que o problema deve ser prevenido e combatido pela escola. "Prevenir e combater o bullying é responsabilidade de toda a instituição e envolve funcionários, professores, diretoria, alunos e pais".
O pediatra Lauro Monteiro Filho, especialista em bullying, disse que o problema deve ser prevenido e combatido pela escola. "Prevenir e combater o bullying é responsabilidade de toda a instituição e envolve funcionários, professores, diretoria, alunos e pais".
O médico
também aconselha sobre como enfrentar este drama recorrente. "Não se
resolve o bullying escolar na polícia ou na Justiça, que são as últimas
instâncias a serem procuradas, se todo o resto falhou".
Aluna
espancada em escola de Limeira sofre ameaça: "Pesadelo vai recomeçar".
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A jovem de 15 anos que foi espancada em uma escola estadual de
Limeira, continua a receber ameaças.
Segundo o pai da estudante, José Carlos Roque Júnior, a ameaça mais recente
ocorreu na noite de domingo (20), quando uma ligação de número restrito, feita
por uma voz feminina, avisou à adolescente que "o pesadelo vai
recomeçar".
"Quando ela estava começando a se acalmar, a se recuperar,
veio esse telefonema. Vamos novamente à polícia, mas acho que, como o número
era restrito, vai ser mais complicado identificar a autoria", disse o pai
da garota.
Roque Junior
relatou, no entanto, que as ameaças começaram desde que a filha voltou para
casa após receber tratamento médico. "Os colegas de escola vinham
visitá-la e pediam que ela não voltasse, porque o grupo que fazia bullying com
ela tinha dito que ela iria apanhar de novo", disse.
Segundo a
família, a jovem não pretende voltar a estudar na instituição. Embora ainda não
tenha sido transferida, a adolescente deve formalizar, nos próximos dias, o
pedido para mudar de escola.
O caso
Investigação
Investigação
A adolescente
foi espancada por duas colegas de sala, com idades de 14 e 15 anos, na saída
para o intervalo. A vítima sofreu traumatismo craniano por conta dos golpes. As
acusadas também utilizaram uma tesoura para golpear a colega de classe. A ação
foi filmada e as imagens utilizadas para identificar as autoras. Segundo o pai,
a menina era vítima de bullying por parte das amigas por ser muito bonita.
O caso foi registrado na DDM (Delegacia de Defesa da Mulher),
que solicitou que as duas agressoras fossem enviadas à Fundação Casa. A Justiça acatou o
pedido e as duas foram enviadas a uma unidade na capital. Uma das menores, que
não tinha passagens anteriores, foi liberada. A outra, de 14 anos, que já tinha
passagem por lesão corporal, segue apreendida. Ambas serão ouvidas pelo
judiciário no dia 20 de maio.
A delegada
Andréa Rachid Arnosti, responsável pela DDM, que investigou o caso, afirmou que
a investigação foi concluída e o caso agora está com o judiciário. Já a juíza
da Vara da Infância ainda não se pronunciou sobre o caso, que deve correr sob
segredo de Justiça por envolver menores de 18 anos, mas confirmou que a menor
que está apreendida deve ser ouvida na cidade em 20 de maio. Até lá, continuará
detida em uma unidade da Fundação Casa em São Paulo.
A Secretaria
Estadual da Educação informou, em nota, que a apuração preliminar sobre o caso
está em curso e que funcionários e alunos são ouvidos para que sejam
averiguadas as responsabilidades. "Além disso, uma das agressoras será
transferida para uma outra unidade de ensino, de acordo com definição do
Conselho de Escola, formado por corpo escolar e comunidade. A Diretoria de
Ensino está em contato constante com a mãe e continuará a fazer um trabalho de
acompanhamento da aluna", informou.