quarta-feira, 21 de maio de 2014

Caracterizando e conhecendo o Bullying





Em primeiro lugar precisamos entender o que pode ser caracterizado como bullying. Trata-se de agressões sem motivação evidente perpetradas repetidamente contra uma mesma vítima que, por algum motivo, não consegue se defender sozinha. Segundo as pesquisas, existem três formas de manifestação do bullying: a forma direta, a indireta e a psicológica. As agressões diretas incluem o tomar pertences, bater, chutar, empurrar, ferir com objetos, rasgar materiais escolares e uniformes ou mesmo tomar o dinheiro do lanche. Na forma indireta, podemos incluir as agressões verbais: apelidos pejorativos, fazer gozações, acusações injustas, espalhar boatos maldosos, entre outras. Também podemos acrescentar a essa categoria a forma de exclusão social na qual a criança fica fora do grupo, não podendo participar ou brincar com seus integrantes. 
Como agressões psicológicas, menciono o próprio resultado das constantes agressões citadas acima e, ainda, o constrangimento para a vítima, a intimidação, a ridicularização sofrida, o próprio medo. O bullying caracteriza-se justamente pelo fato de essas agressões serem constantes, em alguns casos, diárias. Esse motivo é que o torna tão nefasto. 

Como a escola pode identificar a ocorrência de bullying? 

É muito difícil identificar o bullying, justamente por ser um fato que ocorre longe do olhar do adulto ou do profissional escolar. Quando um professor ou outro adulto presencia um episódio de agressão, na maioria das vezes o evento é interpretado como violência banal ou corriqueira. Em alguns casos a família é chamada juntamente com a criança, e esta pede desculpas à vítima. Mas não é bem por aí. É preciso ter em mente que conhecer as características do bullying é muito importante na identificação do problema, para que não se confundam os eventos. Esse papel a mídia já vem fazendo há muito tempo, trazendo uma série de informações acerca do assunto. O bullying tem suas próprias características, não podendo se r confundido com agressões casuais ou mesmo brincadeiras de mau gosto. Enquanto estas não causam sequelas mais graves, aquelas provocam inúmeros danos ao psiquismo das vítimas. 
Para que a escola identifique a presença do bullying, é necessário uma observação constante. Se uma criança está retraída, amedrontada, fica fora do grupo, deixa de brincar no recreio, fica sempre por perto de um adulto em vez de estar com outras crianças, já é indício de que alguma coisa está errada. A criança vítima geralmente tem medo de ir à escola. Às vezes seu rendimento escolar cai, não participa da aula por medo das gozações, e demais aspectos observáveis por um olhar mais atento. 
Existem várias maneiras de identificar a presença do bullying na escola. Além da observação sistemática, podemos também aplicar questionários anônimos aos alunos, com perguntas diretas sobre agressões sofridas e/ou presenciadas. Essa é a maneira mais adequada de identificação, pois as agressões acontecem na presença de outros alunos, que não denunciam por medo de serem as próximas vítimas. 

Como as instituições de ensino podem contribuir para a formação de uma cultura de não violência na sociedade? 
O primeiro passo é trazer a sociedade para dentro da escola por meio da família dos alunos, pois há muito tempo ela deixou de ser uma instituição na qual o estudante recebia a complementação da sua educação. Por uma série de motivos, a família deixou ao encargo da escola o papel da educação das crianças. 
As escolas devem, também, estar abertas à comunidade na qual estão inseridas. Promover eventos esportivos, cursos, palestras e debates sobre violência e formas de evitá-la ou mesmo minimizá-la também contribui. Cursos de capacitação aos jovens para inserí-los no mercado de trabalho são de fundamental importância, porque é muito mais fácil fazer uma intervenção primária, ou seja, impedir que crianças e jovens se envolvam com a criminalidade, do que retirá-los do crime. Ocupar o tempo deles com esportes, cursos, reforço escolar já colabora para a redução do envolvimento com a violência. Essas ações já são um bom começo para ajudar na formação de uma cultura de não violência. Convidar a família a participar ajuda a ampliar os laços com a escola.


Professora Schana Nardi

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